No domingo 03 de novembro alunos da 2ª série “A” do CEJMS
estiveram no povoado Cabanas, no município de Araguatins. A visita ao povoado
ocorreu por intermédio da professora Solange Elizângela, que mora em Cabanas e
esteve exercendo funções docentes no colégio por alguns meses. A visita ainda
foi também motivada pelo interesse que a aluna Iraene tem em mapear e elaborar
um roteiro turístico e cultural na região, tema de seu futuro projeto com o
qual pretende concorrer a uma vaga no programa Jovem Deputado do Tocantins.
O povoado Cabanas, enquanto qualquer outro aglomerado humano,
dispõe de características que se distinguem das demais comunidades rurais, a
começar pela homogeneidade de sua composição – apenas cristãos que compartilham
das crenças do grupo habitam a localidade. Semelhantes em muitos aspectos aos
adventistas urbanos, distinguem-se destes pela indumentária mais conservadora e
barba típica de certos grupos sabatistas, além da abstinência total de alimento
de origem animal. A constituição da comunidade, isolada dos centros urbanos,
obedece a uma perspectiva escatológica que compreende serão os cristãos genuínos
num futuro próximo submetidos a relações em que terão que compactuar com a
besta do apocalipse, a menos que estejam isolados a ponto de não dependerem
dessas relações. Neste sentido, é provável que a autossubsistência seja uma alternativa
válida para que o isolamento ocorra de modo mais efetivo.
Anualmente os moradores celebram a Festa das Cabanas,
geralmente nos meses de setembro ou outubro, uma espécie de corresponde atual
da Festa dos Tabernáculos dos hebreus, descrita no Antigo Testamento. A ocasião
é propícia ao conhecimento mais aprofundado dessa comunidade, que em alguns
aspectos lembra os Amish norte-americanos.
Os sabatistas de Cabanas não têm, entretanto, aversão às tecnologias como os amish, que chegam a rejeitar o
automóvel, inclusive.
Além dos aspectos sociais e de religiosidade que
caracterizam os moradores de Cabanas poderíamos mencionar ainda a proximidade
com o rio Araguaia e banhos em córregos que sangram a região. É possível ainda
perceber um meio ambiente marcado pela presença de algumas árvores que
contrastam com o babaçu que conseguiu sobreviver à preparação de terras para
criação de gado.
A viagem dos alunos foi acompanhada pela coordenadora
pedagógica Ivone Leal e o professor Francisco Sulo.
Texto: Francisco Sulo.
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